A criança do futuro: «COVI quê?»
Desde que o Humano se conhece enquanto Humano, talvez há mais de 300 mil anos, sempre lutou pela sobrevivência e todos os dias continua a fazê-lo, agora, talvez com mais alguns luxos.
O que está certo. Mesmo certo. Diferentes ambições, diferentes sonhos, diferentes ideais e políticas! Mas isso leva a estarmos todos enclausurados a querer mais e melhor, nunca chega o que temos e, ao mesmo tempo, esquecemos daquelas coisas básicas que o Humano precisa para ser realmente feliz. E agora perante esta situação mundial, estamos todos juntos na mesma Arca de Noé à espera de desembarcar numa ilha paradisíaca!
Às vezes devemos parar e pensar em todos os nossos ancestrais, pais, avós, bisavós, trisavós e por aí fora, a esses, devemos incondicionalmente imenso respeito, pois muitos deles passaram frio, fome e fraquezas. O triple F.
O que é certo é que, todos eles acreditaram que isto da vida, realidade, sensações e projecções passadas e futuras, por mais confuso que às vezes pareça, fazia sentido partilhar com alguém, com a ilusão de que este jogo esquisito fosse eterno: De que nunca vamos morrer!
Lembro-me de quando era pequeno e via filmes do Apocalipse, filmes esses, sempre com as mesmas histórias da treta, ou éramos atacados por alienígenas, ou era um meteorito que atingia a terra, ou uma epidemia rara qualquer… Eu comovia-me, mas à séria, com lágrimas a rasgarem-me o rosto sem piedade, uma verdadeira carpideira bem paga para chorar num grandioso funeral, mas eu comovia-me todas as vezes nas mesmas condições. Quase no final do filme, o twist era aquela música expansiva de quando os Humanos se juntavam todos, todos os países, todos os tons de pele, idades e géneros! E saímos a ganhar com a mesma inteligência de Afonso Henriques e a audácia de Cristóvão Colombo.
Comovia-me de felicidade! De muita felicidade… Achava, e acho sempre esplendoroso a força bruta e engenhosa que existe face à necessidade de sobrevivência, só para que esta roda gigante continue a funcionar sem parar. Só porque sim!
Depois do final destes dramas de domingo à tarde, enrolado numa manta babada, ficava ainda no transe durante mais de uma hora a pensar sobre o que tinha acontecido. E as ideias eram sempre as mesmas:
Comovia-me de felicidade! De muita felicidade… Achava, e acho sempre esplendoroso a força bruta e engenhosa que existe face à necessidade de sobrevivência, só para que esta roda gigante continue a funcionar sem parar. Só porque sim!
“Ora bem, a competitividade e conquista de território é inato, sentir poder sobre algo faz parte, conflito e discussão de ideias também.”
Isto acontece com os pais, irmãos, sogras, namorados, namoradas, marido, mulher, bairros, cidades, os clubes no desporto, países, parece que todos querem ser melhor do que o próximo, há rivalidade instalada nas nossas mentes, é um fenómeno sem contra argumento. Talvez seja mesmo um instinto de sobrevivência evolucionário selvagem de seleção natural. Como aquele homem que está chateado com o vizinho há décadas, que já nem se lembra do motivo do conflito e evita sair à mesma hora do que ele para nem sequer se cruzarem. Não acho de todo uma atitude inteligentemente humana. Agora que estão confinados a uns metros quadrados, até passam horas a falar sobre o tempo!
Em casos mais extremos existem guerras, discussões desnecessárias, gritos, maldizeres, violência e muita estupidez à mistura, como filhos que não falam com os pais, irmãos não se resolvem e pessoas que se mal tratam gratuitamente.
Assim sendo, a única fórmula que existe de curar a humanidade desta doença instintiva, pensava eu, é mesmo acontecer algo superior a nós. Só aí é que estávamos todos juntos e unidos na mesma luta!
“Um ataque de alienígenas era perfeito na história da humanidade! É isso mesmo. Algo assim deste género, ainda não existem lendas reais deste tipo. Deixava automaticamente de existir diferenças. Num ápice, todos falam a mesma língua, todos temos a mesma nacionalidade, cor de pele, e o dinheiro, se for em papel até dá jeito, porque, nesses momentos de holocausto, o dinheiro só serve mesmo para fazer uma fogueira numa noite fria e escura. Todos juntos a vencer homenzinhos verdes? Era perfeito.”
Adorava imaginar isto depois de ver um bom filme! Nesses momento de reflexão nostálgica, ficava tão piedoso e abalado que até pedia desculpa à minha irmã por arrufos e quizilas infantis do passado. Que saudades!
Para concluir esta reflexão:
Podia falar do COVID-19, mas não deixarei que esta coisa com nome de cyborg inter espacial estrague o final do filme de domingo à tarde.
Podia dizer para ficarem em casa e continuar a lutar com todas as armas, Netflix, séries, ler, escrever, meditação, autoconhecimento, balde de pipocas, exercício físico e trabalho on-line se for possível.
Podia dizer um monte de coisas e até ser mais do que chato…
Mas apenas peço, que todos nós mentalmente façamos uma vénia aos nossos antepassados, respeitando o triple F deles, FRIO, FOME e FRAQUEZAS.
Apenas para nós estarmos no futuro a contar esta história com um sorriso nos lábios a uma criança que irá perguntar: “COVI quê???”
O nosso triple F é:
Com FILANTROPIA, FORÇA E FOCO fazemos acontecer! Desde que o Humano se conhece enquanto Humano, talvez há mais de 300 mil anos, sempre lutou pela sobrevivência e todos os dias continua a fazê-lo, agora, talvez com mais alguns luxos.
O que está certo. Mesmo certo. Aproveite-os.
Estamos Juntos Por Si!