Natal com significado: partilhe afetos sem se perder nas compras
Já reparou que o Natal está a chegar e com ele a vontade de partilhar emoções e afectos com aqueles de quem mais gostamos? Já fez a sua lista de compras para esta quadra natalícia? E durante as compras, já sentiu aquela necessidade espontânea e irresistível de comprar aquele produto específico, naquele preciso momento? Já lhe aconteceu chegar a casa com compras diferentes daquelas que perspectivava comprar quando saiu? E já sentiu que até um certo ponto, até se poderá ter excedido um pouco? Esse tipo de comportamento denomina-se compra impulsiva e muitas pessoas podem realizá-lo a uma dada altura ou num dado momento enquanto efectuam as suas compras.
A quadra natalícia é tradicionalmente e culturalmente um período com um forte sentimento de partilha. Este sentimento de dar e receber, de reunião familiar, pode conduzir a uma idealização do próprio Natal alicerçada numa forte componente emocional. Coincidindo, geralmente, com uma maior folga orçamental familiar e maior capacidade financeira, as compras acabam por ser uma materialização desses mesmos sentimentos. Estes gatilhos emocionais associados a esta época festiva são trabalhados pelas equipas de marketing e publicidade com campanhas mais direccionadas e agressivas durante este período.
Um tipo de compras ao qual se dirigem especificamente estas estratégias de vendas são as compras por impulso, geralmente, compras espontâneas, imediatas e sem reflexão profunda, ou seja, muitas vezes motivadas por uma necessidade urgente e irresistível de comprar um produto. É tomada a decisão de compra apesar de a pessoa conhecer os possíveis efeitos negativos dessa mesma aquisição, isto é, pode haver um forte desejo emocional de satisfação das necessidades imediatas que se sobrepõe ao controlo cognitivo.
A tendência para comprar espontaneamente pode ser explicada pela gratificação imediata que a pessoa obtém, nomeadamente, através da descarga de endorfinas no cérebro que proporcionam uma gratificação momentânea e sentimentos de prazer e bem-estar temporários.
Algumas características pessoais poderão também influenciar esta compra impulsiva como por exemplo um baixo controlo cognitivo ou dificuldades no controlo dos impulsos. Também, o nível de satisfação geral, as crenças pessoais, e o nível de autoestima ou o estado emocional da pessoa (ansiedade ou stress) no momento da compra, poderão despoletar ou potenciar a compra por impulso.
…as crenças pessoais, e o nível de autoestima ou o estado emocional da pessoa (ansiedade ou stress) no momento da compra, poderão despoletar ou potenciar a compra por impulso.
As campanhas publicitárias recorrendo a estimulação sensorial (visual, auditiva, térmica, olfactiva e gustativa), promoções ou descontos, contagens decrescentes, facilidades de pagamento faseado ou a crédito, cartões de fidelização e pontos, e a associação de dois ou mais produtos, podem estimular e sugestionar a compra impulsiva de forma eficaz.
No entanto, algumas estratégias podem ser adoptadas para ajudar a gerir as suas compras de forma mais saudável: o autoconhecimento, o autocuidado, a autoestima, a capacidade de relaxamento natural, a colocação de objectivos pessoais e financeiros a longo prazo, a pesquisa prévia dos preços reais dos produtos e a sua evolução temporal, a criação de uma lista de compras o mais objectiva possível, a definição de um orçamento máximo, a compra antecipada e em momentos mais sossegados, assim como, ir às compras devidamente alimentado e hidratado, podem minimizar esta hiper-estimulação direccionada às compras por impulso.